domingo, 3 de fevereiro de 2008

De dar e ficar contente

Tenho saudades de falar Português. Dou comigo a pensar em Inglês ou Alemão e apetece-me dar uma chapada a mim mesma, nessas alturas. Faço um esforço para pensar na minha língua, porque só a uso ao telefone, para falar com os amigos e a família. E fora disso parece chinês, fico a pensar que sou um génio porque falo uma língua que mais ninguém fala por perto.

Dói-me a cabeça por causa deste esforço. Tenho saudades de ser eu própria, euzinha com pronúncia do norte e os trocadilhos que tanto gosto de fazer. Se hoje em dia falo português com alguém directamente, tenho que abrir a pronúncia, para ser perceptível a alguém que aprendeu no Brasil.

Tenho saudades de Pessoa, de Fado, de Camões, d'"Uma casa portuguesa", de arroz de feijão com pataniscas feito pela minha mãe, do mar e do cheiro dele, do sol luminoso, do pequeno-almoço de domingo com os meus pais, de ler o jornal escrito em Português, das pessoas que gosto tanto, de uma bela francesinha.

E não deixo de me orgulhar de ser quem sou. De falar muito, ser sincera, e de dar e ficar contente, de abraçar muito e dizer às pessoas que gosto delas quando assim o é.

Mas vá, viver longe significa aprender a ser duro. A chorar e continuar em frente. Também se cresce assim.

Es wird besser.