quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Fugi e corri o mais que pude. Empurrada pelo vento, este levantou-me no ar, e lentamente corri no vazio do céu. A única coisa que ficou para trás foi o meu coração. E o olhar, apoiado na incerteza de que esta vontade impulsiva de fugir foi o mais certo a fazer.

Corro, corro até alcançar uma montanha, cuja concessão de invisibilidade deixa o meu mundo oficialmente para trás. O meu primeiro instinto é de alegria pelo primeiro obstáculo ultrapassado. Uma vez deixado o mundo para trás, ficaria mais fácil continuar a correr e encontrar um novo começo. Onde a minha esquizofrenia me deixe em paz, concordando que este novo poiso é harmónico com a minha forma de ser.

O meu êxito é subitamente interrompido pelo telefone estridente. Quero deixá-lo tocar e tocar até desistirem, não me apetece falar com ninguém. Quero fechar os olhos e tapar os ouvidos, bloquear-me do que me rodeia, excepto da música que me ajuda. Mas quem será?, pergunto-me. Corro e decido atender no último momento.