Aprendi a viver como uma alemã. Deixei parte da minha flexibilidade na minha mala, com as coisas de que não preciso. Aprendi a entrar apressadamente no metro e sentar-me num dos espaços vagos, como se fosse uma corrida (com um certo nível de educação, com a aparência de que só nos dirigimos um pouco apressadamente para o lugar. Faz sinceramente lembrar o jogo da cadeira, em que todos corremos e no final algumas pessoas olham para o lugar preenchido, e afastam-se desiludidas). Aprendi a definir tudo o pretendido exactamente, ter a certeza de que é o que penso. Até que dei por mim a ser chata para amigos portugueses, simplesmente porque queria perceber especificamente o que queriam dizer. Não deixo nada mal definido. Uma das características da língua portuguesa é a ambiguidade de muitas palavras - e até agora, não havia mal em deixar essa ambiguidade, rir com o que as palavras nos fazem lembrar. Se não tivesse utilizado a palavra correcta, não havia mal - o importante era que fosse compreendida. Até que me perguntam vezes sem conta: "Mas que queres dizer com isso? Não percebo... ". Ah, saudade de dizer "coisa" e "coiso" para os objectos de que nos esquecemos o nome; "fio" para "linha" ou "cabo", "tapete" para "carpete", "meias" para "meias", "collants", o que for.
E por outro lado, há coisas do estilo alemão que não consigo que se adaptem em mim. Falo imenso para a opinião eles, sou demasiado directa, exponho demasiado o que sinto. Deixei de dar dois beijos, estendo a mão em vez disso. Fora a proximidade física, fora o abraço fácil, a palmadinha nas costas, o que for. Basicamente, não nos chegamos demasiado uns aos outros. Mas quando estou feliz, não resisto a abraçar alguém próximo, ou mesmo a tentar criar o hábito do beijinho na cara como forma de cumprimento quando chego ao fim do dia. Alguns habituam-se, outros ainda me acham estranha.
E por outro lado, há coisas do estilo alemão que não consigo que se adaptem em mim. Falo imenso para a opinião eles, sou demasiado directa, exponho demasiado o que sinto. Deixei de dar dois beijos, estendo a mão em vez disso. Fora a proximidade física, fora o abraço fácil, a palmadinha nas costas, o que for. Basicamente, não nos chegamos demasiado uns aos outros. Mas quando estou feliz, não resisto a abraçar alguém próximo, ou mesmo a tentar criar o hábito do beijinho na cara como forma de cumprimento quando chego ao fim do dia. Alguns habituam-se, outros ainda me acham estranha.
1 comentário:
A verdade é que não deixas de ser estranha, mas quem dispensa o teu abracinho também não fecha muito bem a mala!Há sempre alguma coisa que nos torna nós mesmos e diferentes dos demais, tu tens muitas dessas "coisas", é bom saber isso, dá segurança a quem te espera por cá...
Beijo e abracinho a pertadinho, daqueles q'eu gosto tanto***
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